O chefe das negociações polonesas expressou hoje confiança de que a entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN não levará "anos ou meses", após conversas em Ancara com seus colegas turcos e romenos.
"Tenho grandes esperanças de que a Suécia e a Finlândia se juntem à OTAN. Dada a dinâmica dos processos políticos e militares em nossa parte da Europa, certamente não levará anos ou meses", disse Zbigniew Rau, citado pela agência russa.
Rau se encontrou em Ancara com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, e com a Romênia, Bogdan Aurescu, e deve se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mais tarde, segundo a agência de notícias polonesa PAP.
Erdogan ameaçou impedir a adesão da Suécia e da Finlândia se os dois estados nórdicos continuarem recebendo ativistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que a Turquia considera uma organização terrorista.
Em conferência de imprensa após reuniões com ministros turcos e romenos, Rau defendeu que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ficaria “mais forte” com a intervenção nórdica.
Ele também disse que a decisão dos dois países foi "o resultado de uma dramática deterioração na situação de segurança na Europa, particularmente na região do Mar Báltico".
Segundo Rau, a decisão de nomear a Suécia e a Finlândia deve ser considerada no interesse de 30 países da OTAN, incluindo a Turquia.
"Eu realmente acredito que este debate pré-conferência (OTAN em junho em Madri) poderia enriquecer a OTAN como um todo, à medida que aprendemos a melhor realizar nossos interesses e considerá-los no futuro", disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia.
A Polônia tornou-se membro da OTAN em 1999 e a Romênia em 2004.
Após a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, a Suécia e a Finlândia solicitaram formalmente a adesão à OTAN em 18 de maio, encerrando sua política histórica de não alinhamento com qualquer organização militar.
Em resposta, a Rússia anunciou a construção de 12 bases ao longo de sua fronteira ocidental até o final do ano.
A Rússia compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Finlândia e uma fronteira com a Suécia.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou nesta semana o presidente russo, Vladimir Putin, de cometer um "erro estratégico" ao atacar a Ucrânia para impedir o crescimento da aliança, já que levou a Suécia e a Finlândia a se candidatarem à adesão.
"Ele estava procurando uma OTAN menor em suas fronteiras e agora está obtendo mais OTAN em suas fronteiras com mais membros", disse Stoltenberg no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje em seu 93º dia, deixou um número não revelado de baixas, mas várias fontes, incluindo a ONU, concordam que ela estará em ascensão.
A invasão russa foi criticada pela comunidade internacional como um todo.
A União Europeia (UE) e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão desenvolveram sanções consecutivas contra os interesses russos e forneceram armas às tropas ucranianas.