Autoridades apoiadas pela Rússia na cidade ucraniana de Kherson (sul) anunciaram hoje que começaram a vender grãos na Rússia na região do Mar Negro, principalmente sob controle militar russo.
"Estamos vendendo grãos porque esperamos uma nova colheita. Em 20 de junho, uma campanha completa de colheita de grãos começará na região de Kherson", disse Kiril Stremousov, vice-chefe da administração local e militar. no centro russo Ria-Novosti.
Stremousov disse que Kherson começou a enviar seu produto para a península ucraniana da Crimeia, que foi apreendida por Moscou em 2014.
O comércio de grãos visa "aumentar a prosperidade econômica" da região, acrescentou, segundo a agência espanhola EFE.
A Ucrânia acusou a Rússia de roubar grãos armazenados em armazéns nas cidades controladas pelos militares de Moscou.
De acordo com Kiev, Moscou também usa os portos da Crimeia, e especialmente a cidade costeira de Sebastopol, para exportar grãos ilegalmente para terceiros países.
A guerra ucraniana, lançada pela Rússia em 24 de fevereiro, causou um forte aumento nos preços de energia e commodities em todo o mundo, agravado pela interrupção das exportações agrícolas ucranianas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusou recentemente Moscou de criar uma crise alimentar global para irritar a comunidade internacional, que forneceu armas à Ucrânia.
Moscou negou as alegações e argumentou que a escassez de alimentos foi causada por sanções ocidentais impostas à Rússia, exacerbando o problema causado pela epidemia de cobid-19.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse no sábado que a Rússia está pronta para ajudar a vender grãos para a Ucrânia, mas alertou sobre os perigos de uma piora das condições se as nações ocidentais continuarem a fornecer armas a Kiev.
Putin renunciou ao cargo em uma entrevista por telefone com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, que enfrentavam um clima de medo por uma grande crise alimentar devido à guerra ucraniana.
Os líderes da União Europeia iniciam hoje uma conferência extraordinária de dois dias em Bruxelas, onde discutirão questões de segurança alimentar após a guerra na Ucrânia, bem como questões de poder e defesa criadas pelo conflito.