Ucrânia: a experiência de Scholz no transporte de armas divide os alemães

Demorou meses para o chanceler alemão Olaf Scholz finalmente fornecer a 'luz verde' para enviar armas pesadas para a Ucrânia, e o líder do Partido Social Democrata (SPD) continua sob pressão para fortalecer o apoio.


Uma carta aberta assinada por membros do Parlamento Europeu, e publicada na última quarta-feira, pedia ao governo alemão que aumentasse a ajuda a Kiev para vencer a guerra com a Rússia.

Analistas políticos alemães ouvidos pela Lusa concordam que na cimeira do G7 dos líderes dos sete países mais desenvolvidos do mundo, que decorreu na semana passada na Baviera, ficou claro o empenho de Scholz em ajudar a Ucrânia a combater a Rússia, mas também a outros países. reconstrução da terra.

Segundo o cientista político Lothar Probts, os eleitores estão divididos.

"A maioria apoia a entrega de armas pesadas, alguns são muito céticos. Não apenas a Alemanha, e outros países falharam até que a entrega de armas pesadas fosse muito útil (nos primeiros dias da violência russa). Mas a Alemanha acabou participando dessa ação. Demorou", disse à Lusa.

Para o pesquisador e cientista político Oscar Prust, da Universidade Martin-Luther de Halle, Scholz fez um bom trabalho ao controlar os conflitos de interesses da União Européia.

"Para mim, parece que ele está demorando para digerir o que está acontecendo e bolar um plano. Tenha cuidado, acrescentando que o envio de armas não é lento.

"Não acho que seja tarde demais. O envio de armas pesadas faz parte de uma estratégia ocidental para equipar a Ucrânia (...) Acho que a Alemanha esperou muito tempo para enviar armas porque operou diplomaticamente, em algum lugar em uma posição negociada", disse ele. disse.

O atraso prejudicou severamente as críticas internacionais de Berlim, mas o SPD também cumpre a lei em casa. De acordo com uma sondagem recente do INSA, divulgada no sábado, quando se realizarem hoje as eleições gerais, a União Democrata-Cristã (CDU), o maior partido da oposição, terá 27% dos votos.

Em segundo lugar estão os Verdes, seus aliados do SPD, com 22%, e em terceiro apenas 20%, o partido de Olaf Scholz, com queda de 5,7% nos resultados da votação de 26 de setembro de 2021.

Em Oscar Prust, os alemães deveriam esquecer esse atraso no envio de armas para Kiev, não a curto ou médio prazo, mas a longo prazo.

"Eles vão se perguntar por que a guerra começou e por que não foi evitada. Mas não porque as armas foram enviadas tarde demais, ou porque não foram enviadas depois", pensou.

"A Alemanha, como potência da Europa Central, desempenhará um papel importante na reconstrução da Ucrânia. Será seu foco nos próximos 10, 20 anos nas políticas ocidentais", disse Prust.


Postar um comentário

Deixe o seu comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem