Ao longo dos últimos sete anos, foram registados 140 casos de tráfico de seres humanos em Angola, revelou quinta-feira (25) em Luanda o director nacional dos direitos humanos.
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Atualmente, há uma tendência de aumento de casos, disse o Diretor Nacional de Direitos Humanos. |
Atualmente, há uma tendência de aumento de casos, mas a Comissão Interministerial, criada em 2014, tem um leque de estratégias para combater as atividades relacionadas ao tráfico de pessoas, disse Yannick Bernardo.
Sobre os 140 criminosos, disse que a província do Cunene, devido a uma seca que obrigou muitas pessoas no país a abandonar a zona, é uma das criminosas mais agredidas, sobretudo as trabalhadoras do sexo e os trabalhadores forçados. Namíbia.
A tendência de crescimento recorde vem com grande impacto entre 2015 e 2020, quando Angola registou 110 casos de tráfico de seres humanos.
Ele percebeu que esta situação o obrigou a fortalecer o diagnóstico de casos, descobrir a verdadeira extensão da situação no país, conceber políticas para evitar que essa situação atinja um nível alarmante e perigoso.
Yannick Bernardo realçou ainda que desde Janeiro, o país registou 15 casos de tráfico de seres humanos, nas zonas fronteiriças das províncias do Cunene, Zaire, Cabinda, Uíge e Lunda-Norte.
Ele disse: “No nível da Comissão Interministerial, temos tentado conscientizar nossa sociedade, para acabar com as atividades de tráfico de pessoas.
O director do país disse ainda que, à semelhança de outros estados, a Lunda-Norte também é preocupante, pois partilha uma fronteira de 770 quilómetros quadrados com a República Democrática do Congo (RDC).
No entanto, Yannick Bernardo afirmou que os locais de tráfico de seres humanos são, regra geral, a RDC e a Namíbia, principalmente por via terrestre, e Portugal, Brasil e outros países da América do Sul, por via aérea.
O Comitê de Ministros Contra o Tráfico, em nota à imprensa, afirmou que sete nigerianos, vítimas do tráfico internacional, devem ser repatriados.
A cartilha ressalta que, neste momento, as vítimas, pendentes de conclusão do processo de repatriação, são mantidas na área de recebimento, atendendo ao Mecanismo Nacional de Referência de Atendimento e Atendimento às Vítimas de Tráfico.
Além disso, o documento afirma que as vítimas também beneficiaram de assistência médica, financeira, psicológica e jurídica, culminando com uma viagem à República Federal da Nigéria por uma equipa multi-agências, para aproximar legalmente as vítimas.
Em resultado da investigação realizada, indica a nota, foram indiciados como arguidos no referido processo penal os nacionais da Nigéria e de Angola, suspeitos de fazerem parte de uma rede especializada na prática de crimes de tráfico.
Importa realçar que Angola é considerado um dos países de origem, destino e circulação de pessoas, o que torna as autoridades nacionais mais conscientes de ações coordenadas.
Conceito
O tráfico de organismos (TSH) é um crime contra as liberdades individuais que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Envolve o recrutamento e transporte de pessoas através de fronteiras internacionais ou dentro do mesmo país, com o objetivo de submetê-las a diversas formas de exploração. O recrutamento e remoção de vítimas é feito por meio de violência, engano ou abuso de condições vulneráveis.
De acordo com a definição internacional, o crime de Tráfico de Pessoas é cometido por quem oferece, entrega, contrata, alicia, recebe, transporta, abriga e recebe à força, sequestro, ameaças graves, enganosas ou enganosas. , abuso de poder, tirar proveito de deficiência mental ou vulnerabilidade especial, para fins de exploração, seja sexual ou no ambiente de trabalho, resultando em trabalho forçado ou escravo.
Para cometer o crime de tráfico de pessoas, não há necessidade de cruzar fronteiras internacionais, basta mover-se dentro do país.