O consórcio formado pelas empresas Vecturis, Trafigura e Mota Engil criou as condições técnicas para o início das operações em dezembro deste ano na área da gestão, operação e manutenção do transporte ferroviário de mercadorias e logística do corredor do Lobito.
Na semana passada, as partes envolvidas se reuniram para discutir alguns detalhes do acordo de proteção estatal para garantir que os objetivos pretendidos sejam alcançados.
Capital investido
Por sua vez, o representante do consórcio, Alexandre Canas, informou que a empresa já investiu cerca de 550 milhões de USD, dos quais cerca de 450 milhões de USD foram gastos na compra de novas locomotivas.
Com o logótipo "Lobito Atlantic Railway", o consórcio prevê aumentar a frequência diária para 50 comboios em 30 anos e garantir 1.600 postos de trabalho directos com uma retirada anual inicial de três milhões nos primeiros dez anos.
Para os novos gestores do Corredor do Lobito, esta actividade desbloqueia a região rica em minerais da transição energética, melhora as relações comerciais na África Central e é uma oportunidade para acelerar o desenvolvimento económico das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
O Acordo de Gestão do Corredor do Lobito inclui mais de 1.200 quilómetros de infra-estruturas e tráfego ferroviário e portuário que liga Angola aos países vizinhos, Zâmbia e parceiros da SADC.
A reactivação do Corredor do Lobito insere-se no esforço do executivo angolano para reforçar a integração regional e concretizar os compromissos de cooperação da sub-região. O projeto se concentra em uma ligação Atlântico-Índia com uma ligação ferroviária ao porto de Dar-es-Salam, na Tanzânia.
O Corredor do Lobito é formado pelo Porto da mesma cidade e pelo Caminho de Ferro de Benguela. A rota do corredor é a rota de exportação mais rápida de cobre, cobalto e outros minerais para países como a Zâmbia ou a República Democrática do Congo.
Troca de negócios
O Corredor do Lobito vai aumentar o volume de comércio entre Angola e a República Democrática do Congo (RDC), disse sexta-feira em Luanda Alexandre Canas, presidente da Trafigura, que integra o consórcio que vai gerir as infra-estruturas. estrutura.
Alexandre Canas lembrou que um consórcio denominado "Lobito Atlantic Railway" vai gerir o Corredor do Lobito para assegurar a relocalização do projecto como infra-estrutura vital de apoio à economia nacional e países vizinhos. e também abrirá um corredor para a África Ocidental.
"O Corredor do Lobito vai reavivar o eixo entre o Lobito e o Luau até à República Democrática do Congo e criar um volume de intercâmbio entre os dois países", disse o gestor após deixar a audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República. , João Lourenço, Alexandre Canas esclareceu que a Transfigura vai focar-se na parte comercial do corredor do Lobito e a Mota Engil nas infra-estruturas e manutenção, enquanto a Vecturis se ocupará das operações. concurso para a adjudicação de contratos em 2021, que culminará na sexta-feira com a assinatura do contrato.
Empregos
A atribuição do Corredor do Lobito a um consórcio composto pela Trafigura, Vecturis e Mota Engil traz benefícios relevantes para o país, afirmou recentemente o Ministro dos Transportes em nota enviada aos editores. Entre os benefícios, Ricardo de Abreu destacou o impacto directo no desenvolvimento de indústrias fortemente dependentes da cadeia logística, como agricultura e mineração, e a consequente geração de empregos em cada uma dessas áreas.
O Corredor do Lobito, disse, vai também criar oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao caminho-de-ferro e uma alternativa ferroviária competitiva ao transporte rodoviário. Essa alternativa, acrescentou, é capaz de contribuir para a redução dos fretes. Do ponto de vista financeiro, a operação do Corredor do Lobito, de acordo com a nota, vai permitir ao transporte ferroviário "trazer um conjunto de benefícios positivos contribuindo para o desenvolvimento local e regional em torno da linha férrea e pode representar um contributo para o PIB produto, estimado entre 1,6 e 3,4 bilhões de dólares".
“A comprovada capacidade técnica e solidez financeira das empresas que integram o consórcio são garantia do bom funcionamento do transporte de mercadorias no Corredor do Lobito”, garantiu nesta ocasião o ministro Ricardo de Abreu.
A Vecturis, com sede na Bélgica, é uma operadora ferroviária privada que presta serviços de transporte de passageiros, minerais e mercadorias em qualquer parte do mundo. A empresa foi fundada em 2006 e é considerada uma das operadoras ferroviárias mais experientes no mercado de tráfego ferroviário privado em economias em desenvolvimento e já atua em países como África do Sul, Brasil, Rússia, entre outros.
Fundada em 1993, a Trafigura, com sede na Suíça, é um dos maiores grupos de comércio de commodities físicas do mundo. Também possui e opera vários ativos industriais, incluindo a empresa de armazenamento e distribuição de combustível Puma Energy. Atualmente emprega mais de 13.000 pessoas em 48 países.
A empresa portuguesa Mota Engil atua no mercado angolano há mais de 70 anos no setor da engenharia e construção.