PGR Notifica Presidente do BAI sobre Crédito de 13 Milhões USD Concedido a Empresário Eritreu

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola notificou recentemente o Presidente da Comissão Executiva do Banco Angolano de Investimentos (BAI), José de Lima Massano, para prestar esclarecimentos sobre a concessão de um crédito superior a 13 milhões de dólares norte-americanos ao empresário de origem eritreia Samuel Hagos.


A operação bancária, considerada fora dos padrões habituais de concessão de crédito, levantou suspeitas no âmbito de investigações em curso sobre o financiamento de atividades económicas com possível desvio de fundos ou associação a práticas de branqueamento de capitais. Segundo informações apuradas por fontes próximas ao processo, a linha de crédito em questão foi concedida sem garantias adequadas e sem o devido respaldo documental, o que motivou a intervenção das autoridades judiciais.

Samuel Hagos, conhecido no meio empresarial por estar ligado a atividades comerciais diversificadas, incluindo importação e distribuição de produtos alimentares, é apontado como beneficiário direto do montante, que teria sido liberado em condições consideradas atípicas. As autoridades procuram compreender os critérios e procedimentos internos do banco que levaram à aprovação do financiamento.

A notificação ao Presidente do BAI surge no âmbito de um processo mais amplo de fiscalização e responsabilização dos gestores bancários quanto à transparência na concessão de créditos de grande porte. A PGR procura apurar se houve falhas institucionais ou favorecimento indevido, o que poderá dar origem a procedimentos legais, caso se confirme alguma infração penal ou administrativa.

Até o momento, o BAI não se pronunciou oficialmente sobre o caso. No entanto, fontes internas garantem que a instituição está a colaborar com as autoridades e que foram já disponibilizados os documentos solicitados pela PGR para análise.

O caso insere-se no esforço das autoridades angolanas em reforçar o combate à corrupção e ao financiamento ilícito, especialmente no setor financeiro, onde têm sido identificados diversos mecanismos utilizados para desviar recursos e encobrir operações suspeitas.

A Olhoglobal continuará a acompanhar os desdobramentos deste caso e trará atualizações assim que novas informações forem confirmadas pelas autoridades competentes.

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