O "julgamento Lussati", que envolve militares e funcionários do governo ligados ao Conselho de Segurança da então República Republicana, começa terça-feira, no Centro de Convenções de Talatona, Luanda.

No total, 49 arguidos foram inscritos no processo, que será julgado pela 3ª Câmara da Sala de Crimes Comuns do Tribunal Distrital de Luanda, que inclui o avô, Major Pedro Lussati.
Os réus são acusados de 13 acusações de lavagem de dinheiro, conspiração criminosa, lavagem de dinheiro, envolvimento econômico em negócios e lavagem de dinheiro, todas em andamento.
A lista de acusações contra ele inclui abuso de poder, peculato ou lavagem de dinheiro, contrabando de dinheiro, lavagem de dinheiro e fraude de papel.
Mais de 200 pessoas estão na lista de testemunhas. Considerando este número, juntamente com o número de arguidos e seus representantes legais, o juiz do processo decidiu transferi-lo para o Centro de Convenções de Talatona, Palácio Dona Ana Joaquina, onde se encontra o Tribunal Regional de Luanda.
Dado o número de pessoas que serão ouvidas, ainda há um longo caminho a percorrer. Entre as testemunhas constantes do rol estão o general Alfredo Tyaunda, ouvido em 18 de julho, Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Sequeira João Lourenço (11 de agosto), além de Eusébio de Brito Teixeira, João Baptista Chindande, Higino Carneiro e Pedro Mutindi, será ouvido em 12 de agosto.
O caso veio à tona em junho do ano passado, quando o major Pedro Lussati, ex-líder do partido, foi preso após ser encontrado na posse de milhões de dólares, euros e pistolas guardadas em malas e sacolas. O oficial também possui mais de 10 veículos.
Após a sua prisão, vários funcionários ligados ao Conselho de Segurança Presidencial foram demitidos, incluindo o general Pedro Sebastião, então ex-ministro de Estado e chefe do conselho, que foi substituído pelo general Francisco Pereira Furtado.
O primeiro caso, datado de 9 de dezembro do ano passado, tinha 51 réus, mas dois acabaram sendo absolvidos durante a fase contestada da Operação Caranguejo, por falta de provas suficientes para o julgamento.
A atitude de Lussati
Francisco Muteka, advogado de Pedro Lussati, principal arguido na Operação Caranguejo, disse há poucos dias que o seu cliente era "mentalmente saudável", mas fisicamente fraco.
O advogado, que falou à Lusa, depois de o tribunal ter anunciado a data de início do julgamento, disse que o soldado estava a recuperar de um osso partido durante a sua detenção. "Ela fez fisioterapia e ficou detida no Hospital Prisão de São Paulo", disse.
Relativamente ao facto de o processo estar a decorrer no Centro de Convenções de Talatona, o advogado defendeu que o Tribunal Regional de Luanda decidiu que um tribunal de prestígio deveria ter capacidade para acolher mais de 300 pessoas.
Além do major Pedro Lussati, Francisco Muteka também defenderá Fernando Dumbo, que também está detido no Hospital Prisão de São Paulo. Fernando Moisés Dumbo é o segundo na lista dos 49 arguidos envolvidos no caso e a Lusa identificou-o como sobrinho de Lussati.