O presidente do Brasil foi absolvido por um tribunal de justiça

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, perdeu, nesta quarta-feira, um processo movido pela jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, visando comentários sexualmente explícitos de Jair Bolsonaro.


Por quatro votos a um, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de Bolsonaro e recomendou o pagamento de indenização a Campos Mello, jornalista de nome mundial com o Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo 2018.

“O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que é ilegal o Presidente da República ofender um jornalista com assédio sexual. A vitória de todas nós mulheres", escreveu uma jornalista em sua rede social plataforma de mídia.

Bolsonaro foi condenado pela primeira vez em fevereiro de 2020, após fazer uma declaração negativa sobre Campos Mello, mas recorreu a um tribunal superior, que na quarta-feira elevou a indenização por danos causados ​​ao líder de 20 mil reais (cerca de 3.600 euros) para 35 mil reais (cerca de 6.400 euros).

O jornalista estava enfrentando acusações após publicar uma reportagem sobre a distribuição de informações falsas nas eleições de 2018, nas quais Bolsonaro foi eleito chefe de Estado.

O assunto foi investigado por uma comissão parlamentar, na qual um ex-funcionário de uma empresa que supostamente disparou notícias falsas em favor de Bolsonaro chamado Hans River acusou um jornalista de tentar 'seduzi-lo' dando-lhe sexo por informação.

Campos Mello e Folha de S. Paulo negaram as acusações e publicaram todas as mensagens que ele enviou a River, que, ao contrário, sugeriam que o informante apresentasse uma proposta, que ele recusou terminantemente.

Mesmo assim o Presidente brasileiro atacou a repórter numa conversa com alguns seguidores, nos portões de sua residência oficial, e disse que a jornalista "queria um 'furo' a todo custo", expressão que no Brasil pode ter cunho sexual.

"Ele queria que [o jornalista] 'me batesse' a qualquer custo", acrescentou Bolsonaro em tom bem-humorado, dando à expressão um toque obsceno referente a conteúdo sexual.

Após essas declarações, Campos Mello foi alvo de uma série de ataques de alto perfil nas redes sociais, incluindo o vice-presidente Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, que ecoou várias mensagens sexualmente explícitas contra o jornalista Folha de S.Paulo.

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