O juiz Andrade da Silva adiou, nesta sexta-feira (1), os trâmites do "julgamento Lussati", com exceção da data para a retomada dos trabalhos.

A decisão foi tomada no terceiro dia de julgamento, logo após a reunião de consulta, fora dos departamentos, entre os juízes, promotores e advogados de defesa.
Andrade da Silva informou ao tribunal que o advogado Picasso Andrade apresentou queixa contra a acusação. Enquanto aguardava e o advogado não foi notificado, o julgamento foi adiado até que uma decisão fosse tomada.
Picasso Costa de Andrade, advogado de defesa do réu José Chiwane, interpôs recurso em 25 de março contra a decisão do juiz no caso. Em sua carta, ele afirmou que o réu havia cometido 11 dos cinco crimes da lista.
Inconformado com a decisão do juiz, o advogado pediu que, nos termos da lei, todo o processo fosse suspenso até que o Tribunal da Relação de Luanda, órgão competente, responda. Só então devem começar as sessões de julgamento.
Picasso Costa de Andrade, em nota à imprensa, disse que a decisão do juiz está de acordo com as expectativas dos réus, pois a Lei deve ser respeitada e o caso deve ser pautado nas mesmas condições estabelecidas pela Lei.
A sessão foi ontem marcada por uma reunião, à excepção de portas fechadas, entre juízes, procuradores e advogados, para rever o andamento dos processos, na sequência de um desentendimento ocorrido na última ronda que levou ao desmaio do arguido José Amado. advogado Jorge Golfo Afonso.
O juiz aceitou o pedido de desculpas do advogado e revisou a decisão. "Em resultado da demissão do arguido Joaquim José Amado, após audiência de tribunal, foi-lhe permitido intervir nos autos acima referidos", disse.
O julgamento envolve os réus Pedro Lussati, Fernando Moisés Dumbo e outras 47 pessoas, acusadas de fraude, organização criminosa, apropriação indébita de lucros, participação econômica em negócios, abuso de poder, fraude no transporte ou lavagem de dinheiro.