O conflito entre as duas tribos na região leste do rio Nilo, no Sudão, que faz fronteira com a Etiópia, deixou 31 mortos, segundo um novo número divulgado hoje pelas autoridades locais. As ações são uma disputa por terras.

Após um período de calmaria, nesta manhã, os confrontos recomeçaram perto de Al-Damazine, segundo evidências apresentadas pela Agence France-Presse (AFP).
Fatima Hamad, que mora nos arredores de Al-Damazine, disse que ouviu tiros e viu muita fumaça.
"Muitas famílias, especialmente mulheres e crianças, (...) estão atravessando a ponte em direção à cidade para escapar da guerra", disse Ahmed Youssef, morador de Al-Damazine.
Na noite de sexta-feira, após o envio do exército, o governador Ahmed al-Omda proibiu "qualquer reunião ou manifestação" por um mês. Era tarde da noite e foi corrigido a partir de hoje.
Os primeiros confrontos entre as tribos Hausa e Barti começaram na segunda-feira no distrito de Qissan, forçando os hospitais próximos a pedir doações de sangue.
A área de Qissan, e a região do Nilo Azul em geral, foi o local de uma revolta que começou em 1986.
Os insurgentes têm sido uma fonte de problemas para o governo autoritário de Omar al-Bashir, que foi deposto pelos militares sob pressão popular em 2019.
Para especialistas, a brecha de segurança criada pelo golpe militar permitiu que a violência tribal ressurgisse em um país onde centenas de civis são mortos a cada ano em conflitos entre pastores e agricultores sobre acesso à água ou pastagens.