Os adolescentes e jovens adultos, sobretudo as raparigas, são as principais vítimas dos desaparecimentos em Luanda, segundo registos do SOS Desaparecidos Crianças Angola.

Viana, Cazenga e Kilamba-Kiaxi são as cidades sob Luanda com o maior número de desaparecimentos reportados. Para a Coordenadora da Associação SOS Desaparecidas em Angola, Catanha Chilela, é importante que os pais e encarregados de educação tenham uma atenção especial aos seus filhos, sobretudo raparigas, de tenra idade, dos 13 aos 25 anos, pois esta é a faixa etária com mais casos crime.
Ele disse que hoje, 30 de agosto, é o Dia Mundial das Vítimas de Desaparecimento Forçado e que o dia deve ser um alerta aos pais sobre os perigos que a maioria de seus filhos enfrenta. "Esta prática, às vezes e em muitos casos, muitas vezes acaba mal", disse ele. "A situação precisa ser mudada."
O evento, disse ele, não deve ser resumido apenas por pessoas sendo forçadas à prisão, mas a condição de pessoas que desaparecem por um erro na internet, e acabam sendo torturadas, ou mortas, precisa ser estudada.
Catanha Chilela acredita que essa questão pode ser melhor resolvida com o apoio de sua família. “Em geral, devemos considerar incomum o desaparecimento de um familiar, seja por muito tempo ou não.
É quase sempre, continuou ele, que é a falta de atenção a certos comportamentos das crianças que leva a esse tipo de situação. “Há crianças que não estão satisfeitas com o lugar para onde estão indo e o treinamento não é adequado”, disse, pedindo feedback imediato de todos os envolvidos na resolução desses casos.
Responsabilidade criminal para quem falsifica sequestro
Em decorrência dos desaparecimentos forçados, a advogada Arcangela Zaide alertou quem tenta simular sequestro para ter cuidado, pois as penas variam de 2 a 12 anos de prisão, dependendo da gravidade.
De acordo com a alínea d) do n.º 1 do artigo -174.º do Código Penal de Angola (CPA), que qualquer cidadão deve apresentar queixa às autoridades", explicou.
Segundo a lei penal angolana, explicou, o rapto é um dos crimes contra a liberdade humana, pelo que até a imitação é punida. "A simples denúncia de um crime à polícia, ou a oposição que pode ser escolhida por qualquer cidadão, já constitui crime, pelo que quem o imita não pode ser punido."
Nestes casos, acrescenta, mesmo após o comparecimento, a pessoa é responsável, pela consumação e cessação do crime, com conduta que satisfaça os elementos básicos da categoria do crime, previsto e punido pelo Código Penal.
"A pena de prisão utilizada por um recluso destina-se a proteger o bem da sociedade, está prevista na Constituição angolana, e a ajudar uma pessoa a regressar à sociedade, como forma de impedir que cometa actos futuros. atitude como outros cidadãos", acrescentou.
Cuide de
O chefe do Gabinete de Imprensa e Comunicação Institucional do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, Fernando Carvalho, considera o desaparecimento forçado de pessoas como um crime, que deve ser combatido por todos os meios, para que não se torne um acto perigoso.
Essa preocupação é generalizada, disse ele, pois essa prática continua a ter um grande impacto no mundo. No país, os casos são registrados, explicados e acompanhados de acordo com o processo correto. “Há pouco interesse, especialmente agora que o uso das redes sociais está aumentando por parte de jovens e jovens”, explica.
Efêmera
O dia, instituído pelas Nações Unidas em 2010 e assinalado desde 2011, fala de “uma questão que se tornou global e não está mais confinada a uma região”, como diz a ONU.
Neste dia, as Nações Unidas pedem aos países que ajudem as famílias das vítimas deste crime, que se encontram em circunstâncias muito difíceis, porque o crime muitas vezes tem um grande impacto nos membros da família, especialmente mulheres e crianças.
Em alguns países, como diz a ONU, existem leis de compensação, mas às vezes os obstáculos ao descumprimento são numerosos. Portanto, ele aconselhou os países a prestar atenção ao impacto multidimensional dos desaparecimentos forçados para ter melhores respostas para as vítimas e a sociedade.