A Procuradoria-Geral da República (PGR) alertou, nesta quarta-feira (30), que os dirigentes dos partidos políticos que concorrem às Eleições Nacionais de 24 de agosto devem se comprometer com os compromissos decorrentes dos ativistas eleitorais, considerando que, por não cumprirem as regras, podem ser autuados.

As forças políticas concorrentes, sublinhou a PGR no comunicado conjunto, são obrigadas a prestar contas aos órgãos competentes do Estado pela utilização regular dos recursos financeiros públicos que lhes são atribuídos para apoiar as suas campanhas.
Nesta eleição nacional, o Tribunal Constitucional confirmou a candidatura de sete partidos políticos e coligações de partidos políticos, nomeadamente MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, APN, P-NJANGO e CASA - CE. Cada partido político candidato às eleições recebeu, durante a campanha eleitoral, a quantia de quatrocentos e quarenta e quatro milhões, oitocentos e dois mil kwanzas (444.802.000 Kz).
Nesse sentido, a PRG informa que, após a eleição de 24 de agosto, foram registradas sucessivas manifestações de descontentamento em todo o país, acompanhadas de atos de vandalismo por parte dos cidadãos que faziam listas de delegados, no turno de votação, atribuídas a um conjunto de forças políticas. .
Relativamente ao incumprimento dos compromissos assumidos por estes partidos políticos, alguns cidadãos, que se sentiram enganados, apresentaram queixa junto da Agência de Investigação Criminal-SIC e do Ministério Público.
Devido à gravidade dos acontecimentos, com indicação da PGR, foram abertos procedimentos de investigação para apurar a natureza e responsabilidade das ações realizadas pelas diferentes partes. Considerando a extensão e impacto na ordem social que este comportamento manifesta, a PGR alertou que “os manifestantes, que devem utilizar meios lícitos para reivindicar direitos legais, estão sujeitos à punição dos responsáveis por diversos crimes que possam ter sido cometidos nestes atos de violência.
Delegados ameaçam levar APN e FNLA ao tribunal
Os dirigentes de ambos os partidos nesta província registaram várias queixas sobre o pagamento de subsídios operacionais às assembleias de voto.
Os delegados das listas da APN e da FNLA no Moxico, ontem, no Luena, ameaçaram levar a tribunal os secretários de organizações políticas da província por não pagarem os trabalhos concluídos.
Os dirigentes de dois partidos da província registaram vários residentes a protestarem contra o incumprimento do pagamento de subsídios pelos delegados durante as eleições nacionais de 24 de agosto.
Em declarações à Angop, José Ribeiro, um dos deputados da lista da APN, disse que trabalham sem subsídios alimentares e dirigiu-se à direcção do partido para ver que a situação estava resolvida, mas os dirigentes locais não são afectados.
Meury Kiosa, fiscal da APN que trabalha na assembleia de voto 6.937, zona de Kapango, culpou o grupo pelo atraso no pagamento dos benefícios e prometeu levar o caso à justiça se a situação não fosse resolvida.
Por outro lado, Valdemiro Gabriel, outro deputado da FNLA que presidiu às eleições na assembleia de voto 550, disse que ele e uma dezena de outros jovens iriam abrir um processo judicial contra o grupo, sem aprovação.
"Não há informação confiável. O secretário sumiu depois de muitas mentiras. Disseram que iriam aparecer no dia 8 ou 15, o que está errado", disseram Teresa Gomes e Jeremias Jones, fiscais da FNLA, que receberão 30 mil PRIMEIROS de cada bolsa , choro.
Em resposta, o secretário interino da APN no Moxico, Francisco Malitchi, disse que a situação será resolvida assim que o alto funcionário do partido na província regressar. Suspeita-se que esteja em Luanda para resolver a situação.
A Angop tentou contactar a direcção da FNLA, mas sem sucesso. Os portos de embarque estão fechados.
O MPLA venceu as eleições no México com 67,28 por cento e elegeu quatro delegados, contra um da UNITA.
Reclamações também são iguais ao Cunene
No total, 2.685 delegados da lista da CASA-CE, FNLA e APN, na província do Cunene, protestaram ontem para reclamar do atraso na entrega das suas bolsas.
Segundo a Angop, as manifestações decorreram em frente às sedes dos comités provinciais CASA-CE, FNLA e APN, nos distritos de Naipalala e Caculuvale, na localidade de Ondjiva.
O porta-voz dos deputados da lista da CASA-CE, Fernando Gonçalves, disse que o protesto foi feito para pagar o trabalho concluído no dia das eleições.
Ele disse que ainda não recebeu informações claras e espera que essa situação seja resolvida rapidamente, deixando os delegados da lista insatisfeitos.
O Sr. Avelino Delfim, da FNLA, disse que até ontem não receberam financiamento relacionado com o trabalho realizado nos centros de votação a nível de seis cidades provinciais.
José Penombili, da APN, disse ainda que o objetivo da exposição era buscar informações satisfatórias sobre o pagamento das taxas.
Resposta lateral
O secretário de Organização e Pessoal da CASA-CE no Cunene, Eugénio Carlito, disse que até segunda-feira o sindicato ainda não tinha recebido dinheiro para pagar os 804 delegados da lista recrutada.
O dirigente pediu aos delegados da lista que mantenham a calma, enquanto se esforçam, junto com as autoridades centrais da CASA-CE, para obter respostas para acabar com a dívida.
O secretário provincial de Eleições e Cidades da FNLA, Fidel de Castro, reconheceu que a falta de pagamento de subsídios foi a causa do protesto, mas garantiu que o assunto será resolvido para atender 457 delegados da lista.
O secretário provincial da APN, Josimar da Silva, disse esperar que o dinheiro seja distribuído posteriormente a 1.444 delegados da lista partidária.
Na quinta eleição nacional, o Cunene teve 644 assembleias e 925 assembleias de voto, onde compareceram 430.899 eleitores. O MPLA venceu as eleições na província do Cunene, recebendo 82,89 votos e nomeando cinco delegados para o parlamento provincial.