O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou, "fortemente" este sábado, em comunicado, "qualquer tentativa de tomada do poder pelas armas" no Burkina Faso, um dia após o novo golpe de Estado neste país, pela segunda vez período de oito meses.

O secretário-geral "condena veementemente qualquer tentativa de tomada do poder pela força e insta todas as partes a evitar toda a violência e procurar o diálogo", disse o seu porta-voz Stéphane Dujarric, em comunicado.
António Guterres "manifestou total apoio aos esforços na região visando um rápido regresso à ordem constitucional no país", e disse que o Burkina Faso "precisa de paz, estabilidade e unidade para lutar contra os grupos terroristas e as redes criminosas que operam em certas áreas do o país".
Os militares do Burkina Faso admitiram hoje que enfrenta uma "crise interna" e revelaram que continuam a decorrer "consultas", um dia depois de o exército proferir um discurso na televisão anunciar a demissão do chefe do exército no poder, liderado pelo tenente-coronel Damiba.
"Depois da crise interna das Forças Armadas Nacionais, várias unidades que controlam várias linhas de vida na cidade de Ouagadougou, exigiram que o tenente-coronel Damiba anunciasse sua saída. As consultas estão em andamento", disse o funcionário.
Na sexta-feira, um grupo de soldados, liderados pelo capitão do Exército de Burkina Faso Ibrahim Traoré, deu um golpe e destituiu o líder do exército que governava o país, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba.
Em mensagem à nação, transmitida pelo canal de televisão estatal RTB, os líderes da última conferência golpista no país acusaram Damiba de se desviar do espírito do Movimento Patriótico de Defesa e Recuperação (MPSR), nome dos militares. que assumiu o poder após outro golpe, em 24 de janeiro.