A ajuda de um nutricionista especializado na doença ensina que cada um escolhe e prepara a qualidade e a quantidade dos alimentos preferidos para comer durante o dia.
Agora continue a ler.
Em Portugal, segundo o Observatório Nacional da Diabetes, por cada 100 pessoas, 13 têm diabetes e 26 têm pré-diabetes.
Em suma, o diabetes é classificado como tipo 1 quando o corpo não consegue produzir a insulina de que necessita, sendo o tipo 2 o mais comum, caracterizado pela dificuldade do organismo em utilizar a insulina que produz em resposta ao que comemos.
A insulina tem a função de “alimentar” as células com a glicose que vem dos alimentos, enquanto a glicose é a forma mais simples de energia que o corpo utiliza para seu funcionamento.
Quando você tem diabetes, as células não são nutridas adequadamente devido à resistência à ação da insulina ou à falta de insulina em quantidades aceitáveis.
O alimento das células é desperdiçado, se acumula no sangue, sobrecarrega e destrói os vasos sanguíneos.
Enquanto no diabetes tipo 1 os problemas aparecem de repente, em outras formas eles aparecem gradualmente. Os sinais de alerta comuns são boca seca, sede intensa – por exemplo, a necessidade de beber quatro/cinco litros de água por dia – necessidade extrema de urinar com mais frequência do que o habitual, perda de peso, coceira genital e infecções freqüentes do trato urinário.
Se esses sintomas aparecerem, deve-se fazer uma análise de glicose, que em jejum terá um valor normal de até 110 mg/dl, e se feita ocasionalmente e cerca de duas horas após a última refeição, não deve ultrapassar 140 mg/dl. No caso de sintomas e valores anormais, é necessário consultar um médico para realizar exames complementares para excluir ou descartar o diagnóstico. Lembre-se que um valor alto não significa diagnóstico e precisa ser confirmado.
Embora a diabetes tenha uma componente genética, os hábitos alimentares de consumo excessivo de açúcar - em doces, massas, arroz, batatas ou pastelaria - e o sedentarismo são muitas vezes as principais causas do desenvolvimento da doença.
Deve-se notar que existem grupos de pessoas com maior probabilidade de desenvolver diabetes, como aqueles com pressão alta, colesterol e/ou triglicerídeos elevados, sobrepeso ou obesidade, aqueles que tiveram um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, familiares imediatos de diabéticos de primeiro e segundo estágios, gestantes com diabetes gestacional e crianças que nasceram com peso maior ou igual a quatro quilos.
Para todos eles, é imperativo fazer o rastreio anual, através da análise sanguínea da glicose, preferencialmente em jejum.
Como podemos prevenir o aparecimento da diabetes? A prática regular de uma atividade física, por exemplo, caminhar cinco quilómetros em 30 minutos, associada a uma alimentação em que se evitem os açúcares livres (bolos, bolachas, 'doces') e as gorduras, assim como uma maior distribuição das refeições ao longo do dia, em vez das três refeições principais, são um importante contributo para uma vida saudável.
Alimentos que não necessitam obrigatoriamente de talheres (a fruta, os iogurtes, pequenos pedaços de pão ou bolachas de água e sal, uma pequena porção de queijo magro), podem ser guardados para os pequenos lanches a meio da manhã e da tarde. Beber diariamente 1,5 litro de água é um complemento obrigatório para uma boa hidratação; note que 90% do nosso corpo é constituído por água.
A vida é feita de escolhas e saber escolher o que comemos parece tão simples, mas diariamente temos dificuldade em fazê-lo bem. Porquê? A ajuda de um nutricionista, especializado em doentes diabéticos, ensina a que cada um escolha e prepare a qualidade e as quantidades dos alimentos preferidos que irá comer ao longo do dia.
Retardar a diabetes é possível, mesmo para os que estão nos grupos com maior risco de a ter. Pequenas atitudes podem trazer grandes proveitos. Descubra a determinação que há em si, porque a sua saúde importa.
*Artigo assinado por João Vilela Gonçalves, especialista em medicina interna na unidade de Diabetes do Hospital CUF Descobertas e Hospital CUF Tejo