Entre a nova eleição presidencial em 2024 e a perda da maioria no Congresso, o presidente dos EUA deixou de criticar a China e se pronunciou sobre a situação econômica do país.
"Estou comprometido a trabalhar com a China onde pudermos avançar nos interesses americanos e no benefício do mundo", começou por dizer Joe Biden. "Mas não se enganem, se a China ameaçar a nossa soberania, vamos agir para proteger o nosso país", completou.
Este foi um dos pontos mais importantes do discurso do Estado da União do presidente dos Estados Unidos no Congresso, depois de as tensões terem aumentado com um suposto balão de espionagem chinês a sobrevoar os EUA durante dias e que acabou por ser abatido.
O responsável máximo do governo norte-americano discursou entre um resultado melhor do que o esperado para os democratas nas eleições intercalares de 2022 e a possibilidade, cada vez mais tida como certa, de uma recandidatura em 2024. Biden optou por centrar o seu discurso na componente económica.
O presidente disse que seus planos econômicos, com bilhões de dólares em subsídios industriais, especialmente de semicondutores, estão ajudando os EUA a vencer a competição econômica mundial, especialmente a China.
Biden também culpou a inflação, dizendo que tem sido um problema global desde o surto e foi exacerbado pela guerra na Ucrânia.
Com o Congresso atualmente na oposição, com maioria republicana, a liderança do Unionismo Democrático não está imune à questão e lembra aos republicanos que votaram para aprovar uma legislação bipartidária de infraestrutura na última Assembleia Nacional que "se eles pudessem trabalhar juntos antes, não há nenhuma razão para que eles não possam trabalhar juntos agora".
Outro tema inevitável é a invasão da Ucrânia pela Rússia, que está se aproximando de seu aniversário de um ano. Biden disse que os EUA estão "unidos" no apoio a Kiev e acrescentou que apoiará a Ucrânia "enquanto pudermos".
O índice de aprovação de Joe Biden aumentou nos últimos meses, mas o atual presidente continua impopular. De acordo com uma pesquisa Realclearpolitics.com citada pelo Financial Times, 51,5% dos americanos desaprovam a presidência de Biden e 44,2% aprovam.