Luanda, 29 de junho de 2024 – A crescente alta no custo da cesta básica tem sido um motivo constante de preocupação para o povo angolano.
Nos últimos meses, os preços dos produtos essenciais, como arroz, feijão, óleo de cozinha, açúcar e farinha, têm subido de forma alarmante, impactando severamente o poder de compra das famílias.
De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Estatística de Angola (INE), a inflação anual atingiu um novo pico, superando os 20%. Esse cenário tem sido agravado pela desvalorização do kwanza e pela dependência significativa de importações para suprir a demanda interna. Com a escassez de produtos locais e a volatilidade cambial, os custos de importação aumentaram, refletindo diretamente no preço final pago pelo consumidor.
A população, já enfrentando dificuldades econômicas devido à taxa de desemprego e ao impacto prolongado da pandemia de COVID-19, agora se vê em uma situação ainda mais desafiadora. Muitas famílias estão sendo forçadas a cortar itens essenciais de suas compras ou buscar alternativas mais baratas, muitas vezes de qualidade inferior, para conseguir sobreviver.
"Estamos numa situação insustentável", desabafa Maria José, uma dona de casa de Luanda. "O salário não aumenta, mas os preços não param de subir. Cada ida ao mercado é um sofrimento. Tenho que escolher entre comprar arroz ou óleo, porque não consigo mais comprar os dois".
As autoridades governamentais têm buscado implementar medidas para controlar a inflação e estabilizar a economia, mas os efeitos dessas políticas ainda não são sentidos pela população. O Banco Nacional de Angola tem ajustado as taxas de juros e adotado medidas de austeridade fiscal, porém, a recuperação econômica parece lenta e distante.
Especialistas econômicos sugerem que, além das medidas macroeconômicas, é crucial investir na produção agrícola local e na industrialização para reduzir a dependência de importações. Incentivar a produção nacional poderia não apenas estabilizar os preços, mas também criar empregos e fortalecer a economia de forma sustentável.
Enquanto soluções de longo prazo são discutidas, a realidade imediata para muitos angolanos é de incerteza e dificuldade. Organizações não governamentais e entidades comunitárias têm intensificado seus esforços para fornecer assistência, mas a necessidade é grande e os recursos são limitados.
A população aguarda com ansiedade por ações concretas e eficazes que possam aliviar o peso crescente da cesta básica e trazer um pouco de alívio em meio a tantas adversidades.