O Serviço Nacional de Contratação Pública (SNCP) pode suspender o devido processo legal em caso de vícios e violações do processo de construção do contrato, alerta a directora-geral adjunta da agência, Lígia Vunge.

Em entrevista à Angop, Lígia Vunge reconheceu que nem todas as entidades governamentais contratadas comunicam à gestão do Serviço Nacional de Contratação Pública quando apresentam um concurso. O responsável salienta que, em certa medida, o desconhecimento do direito dos contratos do Estado, em alguns órgãos contratuais, está em vigor há menos de dois anos.
“De qualquer forma, é ilegal, porque a Entidade Contratante Pública (EPC) iniciou o concurso sem nos notificar, o que significa que viola as regras e regulamentos da contratação pública. Nisso. , podemos suspender o concurso. , até que a ECP corrija a falha”, frisou.
Acrescentou que a prática de algumas ECPs levou a SNCP a realizar conferências em 18 províncias do país, esclarecendo as novas disposições da Lei 41/20, de 23 de Dezembro. Atualmente, a fonte de informação sobre os processos de contratação pública (PCP) é a comunicação direta da SNCP do EPC, o jornal angolano (como o maior diário diário do país), o Diário da República e o site de contratação pública.
Por exemplo, até 2021, um total de 630 procedimentos de contratação pública foram transferidos pelas empresas para o SNCP, seguindo-se os do Jornal de Angola com 390, do Diário da República com 324 e do PCP e do Portal da Contratação Pública com 234, números que, na opinião deles, ainda não refletem o que está acontecendo no mercado.
Líia Vunge alertou que todas as atividades de contratação pública estão sujeitas a auditorias e procedimentos de auditoria. Acrescentou que todas as Empresas Contratantes Governamentais e seus funcionários e agentes, bem como outros contratados, devem promover, de acordo com a Lei, plena cooperação e auditoria, auditoria do setor público e órgãos reguladores.
Na auditoria e administração de mercado que vem sendo feita, destaca-se as atividades inseridas no Plano Integrado de Intervenção Municipal (PIIM), que custa R$ 2 bilhões ao Fundo Soberano de Angola.
A título de exemplo, o SNPC realizou, no ano passado, 32 ações de auditoria de conformidade, nas quais 29 auditorias foram auditadas no PIIM e outras três auditorias internacionais em Departamentos Ministeriais. Nessas auditorias, foram identificadas as deficiências, como a falta de processo de comunicação no SNPC, a falta de nomeação do comitê de auditoria e, entre outras coisas, a falta de cláusula contratual referente aos compromissos orçamentários.
Apesar das violações das leis fundadoras, Lígia Vunge observou que muitas ECPs continuam comprometidas com o cumprimento dos princípios e princípios previstos na Lei.
A adesão ao portal está crescendo
Segundo Lgia Vunge, apesar da presença de ECPs a iniciarem licitações sem aviso prévio ao regulador, observam, por outro lado, a adesão de outras ao Portal da Contratação Pública, que utilizam a ferramenta como meio de comunicação dos processos.
Para além dos contratos publicitados nas páginas do Jornal de Angola por outros Ministérios, foram publicados no Portal de Contratação os concursos públicos iniciados pelos governos provinciais e pela administração municipal.
O director-adjunto do SNCP disse que a nova Lei dos Contratos Públicos veio facilitar a tramitação dos procedimentos, para além de agilizar os processos contratuais, e eliminar alguns dos regulamentos pré-existentes.
O diploma atual introduz seis procedimentos, mais dois nos termos da Lei anterior, nomeadamente Concurso Público (CP), Pré-Graduado (CLPQ), Procedimento Dinâmico Eletrónico (PDE), um simplificado (CS), e limitado por convite (CLC). . e um contrato de emergência (CE).
O Contrato Emergencial, que não constava na Lei anterior, é um processo fechado onde a ECP pode iniciar uma licitação livremente, em caso de desastres, catástrofes, ataques cibernéticos, entre outras emergências.
O Procedimento Dinâmico Eletrônico é feito em três etapas (anúncio, leilão e julgamento), e dura entre quatro horas e 10 dias, dependendo do preço de compra.
Segundo Lígia Vunge, a um preço igual ou igual a 180 milhões de Kwanzas, uma empresa contratante deve iniciar o prémio no prazo de 10 dias (limite máximo), processo não realizado na Lei anterior.
O "Grande" do Orçamento Geral do Estado não compra "online"
No "Top5" das empresas que operam no âmbito das Entidades Contratantes Públicas do LCPc e da maior fatia do Orçamento Geral do Estado (OGE - referência 2021), encontra-se o Ministro da Energia e dos Assuntos Hídricos (MINEA), Obras Públicas e Planeamento Ambiental (MINOPOT ), Saúde (Minsa) e Defesa e Veteranos Nacionais.
Ainda existem “grandes” instituições que não compram do Sistema Nacional de Compras Públicas Eletrônicas (SNCPE) tradicionalmente.
Nos serviços, fora do SNPCE, destacam-se o Ministro da Energia e Águas (MINEA) e o Ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território (MINOPOT). O Departamento de Energia e Águas, apesar da não conformidade com os sistemas eletrónicos, regista os seus contratos no Sistema de Gestão de Contratos (SGS), que é filiado ao SIGFE – Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado.
Até o momento, o MINEA possui 120 contratos registrados no SGC – ferramenta lançada no início de agosto de 2020.
O Ministro das Finanças, Saúde, Economia e Planeamento, Indústria e Comércio, Defesa e Assuntos dos Veteranos, Interior, Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Famílias e Desenvolvimento da Mulher e o governo provincial.
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE), a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biodiversidade (ANPG), o Instituto do Petróleo e o FADA (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário) também compram online voluntariamente.
Questionado se o fórum está pronto para hospedar todos os ECPs, a resposta é “sim”, garantindo a segurança de todos os processos possíveis. Por meio desse processo eletrônico, o Estado economizou um número limitado de contratos por mais de 448,65 bilhões de FIRSTs, 110 bilhões de FIRSTs (representando 25). %), a partir de 2018, quando a ferramenta foi lançada.
Atualmente não existe uma "lista negra" de pessoas que não pagam
A Direcção do Serviço Nacional de Contratação Pública ainda não recebeu “denúncias” das ECP contra empreiteiros e fornecedores do Estado, conforme orientações da Lei. previsto na Lei e nas leis relativas à contratação pública, mas isso ainda não aconteceu”, informou.