A Polícia Nacional tem sob custódia 11 crianças com idades compreendidas entre os seis e os 13 anos, suspeitas de escalar edifícios para assaltar apartamentos na urbanização Sequele, no município de Cacuaco, Luanda.
As crianças, conhecidas como "crianças-aranha", ficaram três dias detidas na delegacia da Cidade do Sequele, no bairro de mesmo nome, e fazem parte de um grupo de 20 supostos criminosos, incluindo adultos, que foram praticando vários crimes.
Um porta-voz do comando provincial da polícia nacional em Luanda disse que as detenções surgem na sequência de uma onda de crimes visados por Sequele.
O superintendente Nestor Goubel disse que os menores, moradores de bairros adjacentes à Cidade do Sequele, subiram em prédios e entraram em apartamentos, onde levaram diversos objetos de valor, como celulares, relógios e joias.
Nestor Goubel fez saber que os crimes foram cometidos de madrugada enquanto os donos do apartamento dormiam.
Ele revelou que os mais velhos entre eles, para ter acesso às casas, removeram as grades com barras de ferro para permitir a entrada de crianças pequenas.
Ele acrescentou que essas pessoas muitas vezes procuravam as chaves das casas para garantir o acesso aos idosos encarregados de roubar TVs de plasma.
Nestor Goubel lamentou o facto de dez das 11 crianças terem passado várias vezes pela polícia por crimes da mesma natureza.
Explicou que, por não serem responsáveis, os 11 meninos serão registrados para que as providências sejam tomadas de acordo com a lei. "Teremos uma conversa consultiva e consultiva com os pais porque acreditamos que estamos diante de um cenário onde os indicadores mostram que alguns deles devem ser transferidos para instituições responsáveis pela reinserção de menores na sociedade".
Segundo o inspetor-chefe do PČR, é necessário realizar um trabalho minucioso e multidisciplinar com o envolvimento das instituições com as famílias para que possam retomar o poder sobre seus filhos.