Mais de 60 menores de um grupo de cerca de 250 abusadas sexualmente, alegadamente por professores em várias províncias do país, estão grávidas, disse ontem em Luanda o director-geral do Instituto Nacional da Criança (INAC).
Falando na apresentação da segunda fase da Campanha Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual contra Crianças, que contou com a presença de diretores e coordenadores de turmas de escolas do município de Luanda, Paulo Kalesi disse que os casos foram registados entre janeiro e agosto deste ano.
O director-geral do INAC afirmou que a instituição registou um total de 1.116 casos de violência sexual, dos quais 250 foram cometidos por educadores.
Dependendo das estatísticas, o INAC está realizando uma campanha de março até o mesmo mês do ano que vem, que passará a contar com um maior envolvimento dos responsáveis pelas instituições de ensino no combate ao abuso sexual de alunas.
“Temos muitos casos de professores que abusam de crianças. Queremos apelar aos diretores das escolas para que introduzam a criminalidade do devido processo legal, além de processos disciplinares e desencorajem a prática”, disse o diretor.
Paulo Kalesi lamentou o facto de o INAC ter sabido que os professores acusados de violar uma criança não foram presos porque fizeram acordos com as famílias, algumas delas dando 25 a 50 mil kwanzas por mês.
O responsável deste órgão do Ministério do Trabalho Social, Família e Apoio à Mulher (MASFAMU) chamou a atenção para a necessidade de os professores guardarem a imagem de pessoa de referência na comunidade e na escola, para que as crianças se sintam bem, mas protegidas.
Neste sentido, o Director-Geral do INAC salientou a necessidade de trabalhar mais com as crianças através de pequenas palestras e seminários durante o intervalo.
“Queremos deixar um apelo às escolas para que coloquem palavras contra o abuso sexual de crianças na parede para despertar a comunidade escolar e ajudar a proteger os menores em todas as dimensões”, enfatizou o diretor.